Cenouras
No início do ano, o projeto que iniciou o conceito em que estou envolvido agora divulgou aos quatros ventos que se as metas fossem atingidas, além do tradicional bônus semestral, os envolvidos seriam premiados com uma viagem para duas pessoas para qualquer lugar do Brasil.
Havia um limite de preço da viagem que eliminava disparates como o Club Med e o Hotel Ariaú, por exemplo, mas era o suficiente para fazer com que todo mundo ficasse motivado e até os impossíveis prazos de implantação do projeto fossem atingidos.
Nunca vi tanta gente varando noites e correndo risco de ficar sem esposa ou marido.
Uma maravilha motivacional de fazer até o Google ficar com inveja.
O problema é que a fonte secou e a necessidade de esforço continuou.
No meu projeto não há verba para viagens e coincidentemente consigo contar em um dedo de uma mão o número de vezes em que os envolvidos, que eram os mesmos do projeto anterior, fizeram um esforço concentrado para recuperar algum atraso no projeto.
Literalmente, a motivação sumiu quando a "cenoura" sumiu.
Simplesmente uma levou a outra embora para nunca mais voltar.
Falando dessa forma simples alguém pode achar que estou exagerando e que a coisa não é bem assim.
Infelizmente só eu sei como é e como estou sofrendo para cumprir o prazo impossível que me foi imposto.
Como não tenho cenoura, tenho que apelar para a amizade e a emoção e implorar de joelhos pela ajuda dos analistas e técnicos, coisa bem pouco efetiva já que os conheço há pouco tempo e ainda não conquistei a sua total confiança.
O que fazer nesta situação?
Sentar e chorar é que eu não vou e se me faltam cenouras, me sobra vontade.
Apesar de não acreditar que a motivação depende unicamente de dinheiro, tenho que me render à realidade e buscar alternativas.
Não vou cumprir o prazo, mas vou entregar o projeto e na próxima vez, antes de trabalhar no escopo e nos requisitos do usuário, vou tratar de providenciar uma cenoura bem atraente para garantir a "boa vontade" de todos.
Coisas de ex-estatal!