A firma

Por que se cobrir vira circo e se fechar vira hospício

sexta-feira, junho 22, 2007

Por uma "gestão" melhor

Texto escrito por um brasileiro que vive na Europa.

"Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.

Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante. Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra.
Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.

Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down".
O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.

E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões)
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.



Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles. Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.

A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei:

"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final. "Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?"

Ainda bem que perguntei... Deu para rever bastante os meus conceitos.

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segunda-feira, junho 11, 2007

Fiona no Pan

Voltando a falar da Fiona, minha atual gerente, e sua sanha por poder e glória, resolvi fazer uma homenagem ao Pan do Rio, que eu rezo para que comece e termine bem, e falar das qualidades competitivas dessa minha executiva responsável.
Sim, por que apesar do cartório registrar algo diferente disso, Competição é o nome do meio dela.

E quando menciono o verbo competir, não me refiro a fazer da nossa área a melhor da empresa em termos de entregas, qualidade ou satisfação, falo de competição interna mesmo, daquela que a faz se morder de inveja pelas conquistas ou elogios do cara que senta no "aquário" ao lado e que, por coincidência, era meu antigo gerente.
Isso não pega muito bem quando você considera a pessoa um parceiro e ela te considera um obstáculo, certo?
Para ela, não é concebível que ele receba elogios e ela não, que ele seja bem avaliado e ela não, que ele tenha uma equipe bem motivada e ela não.
Em resumo, ela deve se julgar infinitamente superior e deve ser duro engolir que o mundo não pensa exatamente da mesma forma.
Neste microverso, o mundo se resumiria ao Superintendente, aos clientes e à equipe, só para esclarecer.

Alguns diriam que o sucesso corporativo não se consegue sem competição e ambição, afirmação com a qual concordo, mas acho que não se pode levar isso às últimas consequências e não se pode ignorar a ética.
No final das contas, é necessário ter princípios e a ausência deles mostra a ruína moral que o profissional possui.
E, na minha pouco estudiosa moral, a falta de ética não se sustenta para sempre, mesmo aqui neste país.

Ela me lembra um pouco o Dick Vigarista, aquele que não se cansava de trapacear e de sacanear os outros na Corrida Maluca e que sempre de dava mal, mesmo quando conseguia ganhar a corrida.
Seria um bom exemplo?



Só para terminar, me lembrei de um último exemplo dessa patológica vontade de ser mais e melhor: na última mudança de estrutura que aconteceu n´A Firma a área dela mudou de nome e passou a se chamar Área 4.
Até aí, nenhum problema, diriam os normais, mas na mente congestionada da minha gerente, não havia razão para ela ter deixado de ser a dona da Área 1 e que aquela nova denominação deveria ter algo a ver com o desempenho dela no projeto ou com a satisfação da área.
A loucura era tanta que ela nem parou para pensar que os dois gerentes que haviam acabado de entrar na empresa haviam recebido as áreas 2 e 3.
Insanidade total, que foi devidamente ridicularizada pelo meu antigo gerente e, principalmente, pelo Superintendente.
Como diria o Dr. Terror, "mal, Sapão!".

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