A firma

Por que se cobrir vira circo e se fechar vira hospício

terça-feira, setembro 04, 2007

Apresentadores

Apesar de ter uma especial antipatia pelo chefe da minha chefe, sei que parte do sucesso da minha carreira n´A Firma depende dele, por isso me esforço para cultivar um relacionamento de cordial distância.
Sei que ele não me tem como um dos seus preferidos, mas nem por isso o evito e fujo da situações de intercâmbio. Para ser bem sincero, faço o mínimo para não ser considerado anti-social e indelicado.

E não é por não ir com a faccia dele que resolvi contar a péssima experiência que é assistir a apresentações que ele comanda.
Ficar sentado durante toda a manhã enquanto um cara fala devagar, não varia o volume e ainda lê transparências é algo que ninguém merece, nem mesmo quem depende daquele cara para pagar as contas.
Seria muito melhor se o cara se preparasse lendo alguns preceitos básicos de técnicas de apresentação e não carregasse tanto os slides.
No momento em que ele faz isso, não sobra muita coisa para acrescentar na exposição e a atenção do público se esvai. No máximo, fica todo mundo tentando ler as transparências, tentativa que pode ser frustrante se o apresentador cismar em passar os slides à velocidade da luz com a desculpa de ser dinâmico.

Uma vez ouvi de um especialista que as transparências devem ser o guia para a apresentação, mas não podem nem devem conter toda a informação que se quer passar. Isso cabe ao apresentador, que deve construir sua exposição baseada em tópicos (estes sim, presentes nos slides) e acrescentar toda a informação relevante usando a voz e eventuais ferramentas de ênfase (apontadores, quadro branco, flip charts).

Infelizmente o chefe da minha chefe não é assim e tudo fica modorrento demais.
Quer dizer, modorrento para mim, já que o povo do setor "Fusca" deve amar cada palavra.
Antes que achem que estou louco, acho bom explicar que no Fusca (o automóvel), a parte dedicada às bagagens fica na frente do carro, portanto, as primeiras filas do auditório, tradicionalmente ocupadas pelos mais "malas", são, para mim, o setor "Fusca". E olha que isso nunca falha!

Para finalizar, o chefe da minha chefe padece de um defeito muito comum aos executivos de nível médio da empresa: a falta de "tradução" das mensagens da alta direção. Eles simplesmente pegam a apresentação que recebem e a lêem para a equipe, sem se preocupar muito com a equalização do conhecimento ou com a capacidade de absorção de cada um.
Melhor seria focar na informação relevante (a reestruturação da empresa, por exemplo) e deixar de lado o que interessa mais a quem comanda a empresa (o EBITDA, o ARPU e afins). Essa tradução faria toda a diferença e certamente acabaria com a má fama dos "leitores de transparências".

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