Recompensa
Como acabei de voltar de férias, acho apropriado falar de excesso de trabalho e de necessidade de descanso.
Não deve ter sido à toa que a CLT foi definida com os tais 30 dias de descanso após 365 de trabalho.
Tudo bem que possivelmente existem dezenas de horas de greves e negociações por trás disso, mas o ponto importante da questão é a impossibilidade humana de trabalhar sem parar para tomar fôlego e pensar no ponto da picanha na grelha no domingo à tarde ao invés de se preocupar com o relatório que o Diretor vai exigir aos berros na segunda cedo.
É absolutamente obrigatório parar de vez em quando, nem que seja só no final de semana.
Infelizmente foi exatamente o final de semana que um colega teve que sacrificar recentemente em um ponto crítico do projeto em que eu já estive envolvido.
Exceder o horário contratual é uma prática mais comum do que alguns desejariam e perder folgas supostamente sagradas também.
No caso desse colega, que mora no interior e literalmente viaja para trabalhar, o sábado e o domingo significam a brincadeira com os filhos, a transa semanal com a esposa e as duas latinhas de cerveja gelada que ele escondeu do cunhado na prateleira mais baixa da geladeira.
Como podem ver, só estamos falando de assuntos sacrossantos.
Mas por mais que a gente se desgaste, sempre existe a compensação, a recompensa pelos serviços prestados à empresa, que não se exime de reconhecer a contribuição de cada um: nesse mencionado final de semana sem folga, meu colega ganhou uma jornada de 40 horas seguidas e um acúmulo de seis quilos a menos na carcaça.
Tudo por conta de um problema de definição de projeto, a cargo tanto da nossa equipe quanto do grupo de usuários-chave.
Uma típica cagada geral.
Sorte que esse tipo de "incorreção" não é muito comum entre os nossos.
O máximo que acontece é um serão de três horas e um bico do tamanho do mundo quando se chega em casa e se encontra o cônjuge insatisfeito e o jantar congelado. Pouco se comparado à "satisfação do dever cumprido".
E quando se fala em recompensas, também é exagerado dizer que ela não existe. Devido à extrema boa vontade do gestor, o profissional que exceder seu horário de trabalho, ganha o direito de chegar 30 minutos mais tarde no dia seguinte.
Ou alguém acha que existe mesmo esse lendário "pagamento de horas-extras"?
Falando de forma mais séria, acho que já foi-se o tempo em que o prestígio de um profissional era medido pela quantidade de horas em que ele ficava na empresa, mas mesmo em um universo de produtividade e qualidade, existem situações em que nada gera melhor resultado do que a velha e boa transpiração.
Assim já dizia um certo Thomas Alva Edison em tempos idos mas não esquecidos.
Mas é bom que se entenda que se essa for a regra e não uma exceção eventual, algo vai mal na definição de atividades e/ou no dimensionamento e capacitação da equipe.
2 Comments:
Essa foi boa...voltou com tudo das férias. ;)
Obrigado pela força, Roberto.
É bom ver que meus escritos não ofendem quem está do "outro lado".
Se é que existe mais de um lado, não é mesmo?
Um grande abraço e parabéns pelo blog.
Ele está cada vez melhor.
;-)
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